Ausência
Abraça-me
como o brilho ao cristal
que guarda dos lábios
as marcas
a saliva ainda em ebulição.
Abraça-me
como órfão ao destino
o beco ao fugitivo
que desprovido de perspectivas
admite o precipício.
Compartilharemos
do barco à deriva as velas
qual andejo com o nada
observadores atentos
horas e sentinela.
Abraça-me infinda madrugada
como um pai que ao filho espera.
Poema do livro "Beirais"