Sei lá de que falo

Num canto da cidade

Madrugada fria

Chuva fora e dentro de mim

Tudo é mofo, velho

Mal arrumado

Prestes mudança

Logo ali bem ali logo

O autor pinta seu retrato

Como se fosse possível

Será que ele não vê demais

Talvez seja só falta

Não quero mais

Se me ligar desligo

Desmeligo sem te ligar

Ficou tudo feio de belo

De velho ficou outro

Agora parece raiva, desdém

Não mais o que se possa fazer

Morreu lutando morreu

Em paz

Nada mais importa

Só torcer o rabo da porca

Quebrar a maçaneta da porta

Deixar a chuva levar, lavar

O poeta foi morar longe

Envia cartaz em cartas postais

É só mais um coração em pedaços

Não é pior que a vida

Seja melhor como for

Eterno enquanto foi

Vivo o quanto pode

Derramo sobre a tecla tinta alguma

Nada, nem lágrimas

Ouvi dizer que voce já se arrependeu

Agora a Julieta já morreu

Bebe o veneno Romeu

Ainda sobrou aqui na boca

Madrugada sem sol

Praia sem sal

Vaca sem pasto

Seu ventre está preso

O coração parou faz tempo

Não sente nada

Liga para o socorro, conserte-se

Não me venha com a velha choradeira

Agora só choro novo

De pandeiro e cavaco

Já faz tempo agora evacue

Compra um pouco de amor pra voce

Tá na promoção na sessão das emoções

Veja se tem para seu tamanho

Aquilo tudo que planejamos

Vamos deixar de lado

Deitar e esquecer

Todo o resto do nosso lar

O que sobrou do mar

Deixa para lá, afogue-se

Quando alguém perguntar por mim

Mande lembranças minhas

Diga a todos que não presto

Para voce não presto

Fiz um cartão de crédito

Qualquer dia lhe mando um presente

Não abra logo, pode ser uma bomba

O autor quer dormir

Vai deitar só e acordar sol

Voce é o inverno e todos verão

Do que estou escrevendo

Sobre mim Jane

Sou tu chita

E nada me vem muito claro

Nem muito fácil

Voce se foi e me fui

Vou chorar, já chorei

De voce não quero mais nada

Nem o ultimo beijo

Nada

Macaco Pelado
Enviado por Macaco Pelado em 25/08/2009
Reeditado em 25/08/2009
Código do texto: T1774034