VAGUIDÃO

Vaga a vida que me tem,

E que passa sem amor.

Só silêncio não convém,

É desdém pra minha dor.

Pelas tardes deita e dorme,

Sem espera e sem vontade,

Tudo nela está conforme,

Só me deixa na saudade.

Vida vaga que se abasta

Em vago tempo vazio

Quanto mais de mim se afasta

Mais me arrasta por um fio.

Vã nas noites delongadas

Com seus nadas pelas horas

Vê o teto e lê estradas

Nas paragens em demora.

Vadia segue indo e vindo

E fugindo vil se faz

Vai vivendo em tempo findo

Nada é lindo e não se apraz.

Não atende e nem me chama

Faz-se morta por tristeza

Passa vida em sua cama

Do viver não tem certeza.

Minha vida era tão bela!

Quando para mim sorria.

Abria a minha janela

No nascer de cada dia...

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 21/08/2009
Reeditado em 26/08/2009
Código do texto: T1766897