Avenida Sete de Setembro
É noite e a cidade já sente
O vento balança de leve as folhas
Caídas sem vida nas calçadas
Uma bruma transparente cobre as estrelas
E tantas lembranças nublam a minha mente
É noite e do meu esconderijo interior
Posso ver a rua abandonada
Ando pelas calçadas...
As sombras tomam formas abstratas, frias
Minha pele se arrepia com a brisa noturna
Meus olhos passeiam sem rumo nas nostálgicas vitrines
Aos poucos os sonhos noturnos roubam a luz do dia
Ao longe uma silhueta caminha com vitalidade
Se aproxima, passa...
Um apaixonado que acabou de despedir-se de sua amada?
Rosto sorridente, suave
Traços perfeitos de sua felicidade
De algum lugar uma suave canção pode ser ouvida
_ Alguém que foi deixado por seu amor...
Por um instante me sinto invisível
Com essa falsa liberdade
As luzes oscilam na solitária noite
De repente um vazio, estou só
Como a noite, como a rua, como a lua
Nada me alui senão esta solidão
Com mil sonhos no peito sigo
E de repente piso na realidade sem saída
Estou novamente comigo
Penso nesta vazia avenida
Que como a minha vida parece estar...