RECOMEÇAR?

Recomeçar outra vez

Um amor que me contente

Que o suponho eternamente

Sem me dar à insensatez...

Um novo rosto faminto

De carícia e de loucura,

Que me olhe com ternura

Queira o amor que tanto sinto.

Tomar minha mão sem medo

E meu abraço querer,

Do que falar, entender,

Não ser água nem rochedo.

Suponho um amor delinquente,

Quando em transe, transe mais,

Não se prenda aos ideais

Mas de tudo, consciente.

Esse amor que imagino

Também faça exigências,

Essas que nas reticências

Não destruam o feminino.

Que às vezes perca a linha

E na meada se enrole,

Junto à trama se console

Da atitude que advinha.

Onde estará esse amor?

Por todos em que eu passei

Em nenhum eu habitei

Por temer mais uma dor.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 12/08/2009
Reeditado em 28/08/2011
Código do texto: T1750293