RECOMEÇAR?
Recomeçar outra vez
Um amor que me contente
Que o suponho eternamente
Sem me dar à insensatez...
Um novo rosto faminto
De carícia e de loucura,
Que me olhe com ternura
Queira o amor que tanto sinto.
Tomar minha mão sem medo
E meu abraço querer,
Do que falar, entender,
Não ser água nem rochedo.
Suponho um amor delinquente,
Quando em transe, transe mais,
Não se prenda aos ideais
Mas de tudo, consciente.
Esse amor que imagino
Também faça exigências,
Essas que nas reticências
Não destruam o feminino.
Que às vezes perca a linha
E na meada se enrole,
Junto à trama se console
Da atitude que advinha.
Onde estará esse amor?
Por todos em que eu passei
Em nenhum eu habitei
Por temer mais uma dor.