CARTAS DE AMOR
Hoje tudo me parece diferente...
Parece feriado de uma data marcante.
O sol brilha sobre as dunas à beira do mar...
Vento corre entre as árvores do meu jardim.
Hoje não estou disposto, não irei trabalhar.
Quero apenas descansar dos meus labores,
ficar em casa sozinho a meditar...
Ouvindo músicas seletas que tocam em mim...
Deitado na rede da varanda, escuto o som do meu passado...
Recordações de um amor fulminante, um amor;
que foi a razão da minha vida,
quando estivera ao meu lado.
Vou correndo à gaveta da escrivaninha,
pego um pote de louça com tampa dourada.
Foi nele que guardei as cartas de amor...
São cartas de amor que me enviara em dias de paixão...
Cartas de quem já foi minha um dia...
Releio algumas, mas uma prende mais a minha atenção,
quando deixara desenhado sobre o papel
o contorno da tua boca com um batom vermelho...
Voltei novamente no tempo
onde nos desmanchávamos entre o carinho a dois.
A música que toca,
é aquela que me deixava vermelho...
Vermelho pelos desejos que transpareciam...
Enquanto você ria, achando engraçado.
Sorrindo, eu te amava, bem juntinho, à lareira...
Mas eu sei que estou sonhando...
Preciso voltar à realidade!
No final da música, já tomado de paixão,
sentindo teu perfume como se fora um momento presente,
beijo tua boca de batom, no papel;
na carta que guardei como prova de que um dia tu foras o meu céu.
Escola do poeta/RJ
18/11/2008
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