E COM UM COPO DE VINHO NA MÃO
Com um copo de vinho na mão, esquecido entre as mesas, ele procura o que perdeu, sem perceber a distancia entre a perda e a procura.
Num instante de saudade, as lagrimas se materializam, deixando transparecer o quanto é fragil aquele que se suponha tão cheio de si.
As canções tocadas ao fundo, entoadas por um triste violão, atraves de uma suave voz, deixando seu coração aos pulos, em mais um gole, mais um copo de um momento de lembranças interminaveis.
Na noite chuvosa, um frio cortante, nuvens de fumaça de cigarros perdidos embalam aquele que se perdeu entre as confusões do coração.
Nas paredes envelhecidas, retratos de encontros, memorias de anos esquecidos, cartazes que vendem ilusões, avisos que afastam pedintes.
Alegria instantanea, medos levados pela dança que se espalha nos pequenos salões, trazendo um pouco de euforia, calando a tristeza, mesmo que por pouco tempo, alimentando assim a vida que segue.
E com um copo de vinho na mão, ele se despede de quem o serviu, beija quem dançou, chora a partida, lamenta o final, encerra a noite pedindo mais uma, ouvindo outra vez, a canção que o faz voltar aos braços daquela que um dia tanto amou.
Ao deitar-se, os sonhos tornam-se reais, os braços estendidos a lhe esperar, o lindo sorriso a te convidar, a boca pequena a lhe beijar.
De um sono profundo, não quer acordar, apenas sonhar, sonhar, sonhar....