O Tolo!
Sou mesmo um tolo
Isso é para dizer o mínimo
Só um tolo como eu
Pode dar tão pouca importância
Para sua própria dor
Pode sentir mais no peito
O sofrimento alheio
A dor de quem se ama
Não sou, acaso, um tolo!?
Acaso é inteligente
Perder o sono
Preocupar-se com outra pessoa
Olhar por ela
Desejar-lhe o bem
Mais que desejá-la
Sem esperar
Nem poder querer
Sequer um gesto de gratidão!?
Sou tolo sim
Não sou o mau
Que quiseram que eu fosse
Sou aquele que se preocupa
Que perde o sono
Que vela e ora
Por quem insiste em ver
O amor de verdade nos outros
O amor apegado e egoísta
Em mim!
Sou tolo assim
Não sei amar de outro jeito
Esperando e exigindo
A gratidão e o carinho
Que você deseja deles
Que ela exigiu e implorou
De quem sofreu
Com sua projeção de mim
Espero sem esperar
Exijo não ser exigido demais
Acredito em tuas razões
Por mais irracionais que sejam
Sou grato pelo que não recebo
Alegro-me com o pouco
Que diz que eu mereço
Sou tolo sim
Não sou infeliz
Apenas um tolo idiota
Que ama do único jeito
Que acha saber amar
Que espera o amor em troca
Que entrega amor e carinho
Que procura compreender o incompreensível
Que não merece nem mesmo
O pouco que recebe de volta
Sem amor, sem carinho
Como obrigação ou sacrifício
De umas amadas “boas amigas”...