O peso da solidão
O peso da solidão
O desejo devora o coração aflito
A quem sente o peso da solidão
É como larva antes de ver a luz
Mesclada de trevas, é um capuz
A fechar as janelas do coração
É o peso nos ombros é um conflito
Onde se ocultam soluçando paixões
Nas errantes ventanias do destino
Palpita e se estorce em agonia
Na sombria noite e ao nascer do dia
Com a sonoridade rica do sino
A soar qual orquestra de ilusões
Como luzes que perpassam pela mente
Jorrando em cascatas as utopias
Nas grutas da solidão o vil desejo
De atingir o inalcançável almejo
Ele, desejo, escravo dessas fobias
Na rua da solidão eternamente
Tudo ao seu redor é areia, deserto
Escravo do desamparo nesta vida
Gastas as forças, não sobra energia
Neurônios corroídos pela apatia
Como o rugido do tufão. Perdida
a esperança d’achar o caminho certo
São Paulo, 31/07/2009
Armando A. C. Garcia
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