Minutos de ilusões

Tranco-me no quarto

No vazio

Uma música instrumental

Preenche todo espaço...

Iludo-me

A espera que o telefone toque

Chame pela minha voz.

Os ponteiros do relógio – segundos vão

Envelhecendo à tarde

Na face negra da noite...

As estrelas cintilam e sonham

Na escuridão...

Lua crescente...

Não sente

A frieza em minha pele,

Esquecida...

Tento escrever uma poesia,

Tento desviar meu pensamento,

Que configura a paz e o tormento

De teu sorriso maroto

E todo meu neste momento...

O sono vem,

Não percebo a saudade

E adormeço,

Antes mesmo de a lágrima

Adotar a minha face retorcida

No cansaço que me desfaz...

Minutos da morte... Esqueço de mim.

O despertador toca... Já é hora!

Tenho que arregaçar as mangas,

Enfrentar o meu monótono cotidiano...

Deus assim me permite.

O dia perfeito

No meu mais que imperfeito,

Pela dor...

Tenho e devo caminhar

Mesmo sem você,

Sombra no meu pensamento...

Da qual não me refresca!

Reescrita pela autora: 03/08/2009

Poesia publicada no livro: “Afeições”, de Andréa Pelegrinelli, Editora Scortecci (2000) – pág: 33.