SEM EIRA NEM BEIRA

Se nada sei

do instante que se foi

e já é diverso o momento.

Sem vigas,

sem medo.

sem contos de reis,

fortunas brotando

de ventres fecundos,

em contar os anos,

sem provas,

sem danos.

O verso versejo

em pontas de agulhas,

tecendo manhãs,

manhãs que florescem,

florescem ao sol.

Um pensamento exulta a folha,

a flor incólume...

e prosa no ar

e verso no teto,

sem vigas,

sem medo,

sem contos de reis.