Ela e eu

Vejo uma árvore na solidão.

Ela está na beira da estrada.

Altiva, velha, quase nua,

chama a minha atenção.

Enraizada na marginal,

Onde os carros passam velozes.

Tão bela quase seca.

Como braços pedindo socorro

Vejo seus galhos retorcidos,

onde invasores que nela estão

sugam sem dó o restinho de seiva,

sua vida, seu sangue.

Logo a serra será usada

cortarão seu tronco e seus galhos

ao fogo a lançarão.

Ah... liberdade enfim,

pois suas cinzas o vento levará

para lugares distantes.

Pareço-me com ela.

Sozinha,

vendo a vida passar,

presa estou pelas raízes.

Secando lentamente...

Sonia MI

2007