VAZIO
Ó céu vazio onde a lua não faz presença!
Tão vazio como estes meus longos braços,
Tão triste igual a minha sentença,
Tão grande que não se mede traços.
Os traços contínuos de uma vida vazia
Onde a beleza já não faz presença,
Nem nesta singela e humilde poesia
Onde foge a inspiração e a crença.
Tudo vazio cheirando a solidão.
Murchos desencantos despreendidos,
Como se um comprido cordão
Atasse ao céu os arrependidos.