Solidão
Que a noite chega e com ela
O silêncio que fala mais alto
Grita aos ouvidos as mazelas
Qual noite a noite, outro salto.
Como fertilizante ao peito
Lágrimas de saudade e medo
Afloram tempos d'outro jeito, e
Já não escondem os segredos.
Na noite calma, fria e silenciosa
Ela me atenta como outrora
E, ainda que me é preciosa
Meu peito vive em paz agora.
Que a noite chega, e dela junto
A calmaria que é minha paz
Qual conquistei, qual és meu fruto
Do que plantei a tempo atrás.
E se ainda assim quebra o silêncio
E quebra tudo, a alforria
Meu peito escravo, eu o inocento
Não é mais dele a agonia.