ESPAÇOS
Os espaços que tenho são riquezas
Fruto do divino fruto da vida
Obviedade ardida da eterna ferida
Os espaços que sobram
São ecos que se perdem na escuridão
Gritos de sonhos que não tive
Pesadelos que me assombram invisíveis
Os espaços que assustam
São aqueles dos amores impossíveis
Sou composto de espaços
Muitos vazios
Outros repletos e sombrios
Os espaços onde vivo
São marquises que trincam
Meio-fio perigoso que convida
E da felicidade duvida
Os espaços que moram em mim
São imensidões desérticas...
E sem fim!