Noite Fria, Branda!
A noite vem tão fria, tão branda
Que convida a Lua para ver
Que nem nas águas teu reflexo anda
De tão calmo o anoitecer.
A neblina gela o tempo calmo
E nem se move, nem se abre
À minha frente não vejo um palmo
Mas rezo pra que noite não se acabe.
Só vejo o caminho de luz na água
Qual Lua fez o favor de marcar
Nas águas escuras, tão calmas
Como quando aquí vínhamos nos amar.
Hoje eu só peço que esta neblina
Não sesse, pois não quero lhe ver
Sabendo que podes estar à esquina
Me esperando até o sol nascer.
Mas quando este sol vier ao fundo
E a neblina for temperar as águas
Eu mesmo o mais feliz do mundo
Não terei ainda afogado as mágoas.
Pois nesta noite mais bela que ontem
Não penso nada além de mim mesmo
E toda a glória ou ódio aclamado a outrem
Será envão, atoa, à esmo...