Sombras da solidão
Andar por aí sem destino,
caminhando sempre devagar,
sonhar como sonha um menino,
que aguarda sua hora de brincar.
Lá vai aquele aposentado,
gastando o tempo tão só,
hora de ir logo ao mercado,
antes que arda a luz do sol.
À tardinha como sempre faz,
vai ao encontro dos amigos,
comentam casos lá de traz,
lembram fatos bem antigos.
Chega a noite enluarada,
sua rotina é igual novela,
vem chegando a madrugada,
hora do chá com canela.
Momento em que ele pensa,
no amanhã que virá nascer,
sombras de dúvida intensa,
quanto ainda poderá viver.