Querida solidão

Não se afaste de mim

Jamais

Seus olhos tristes

Sua boca silenciada

Como nuvens tempestuosas

Afastando do cais

Após o caos

Saiba que também sou triste

Às vezes

Mas pretendo sua presença

Sem pedir licença

Não peço pra entrar

Deixo a porta aberta

Minhas horas contam mentiras

Nada passa

Nada é plena satisfação

Sinto frio no verão

Sinto saudades do que não existiu

E por isso ainda consigo chorar

Sou um contador de estrelas

Cadentes

E cato todas que vejo pelo caminho

Quero aprender com elas

A ter mais brilho antes de apagar

Sua companhia esbanja tédio

Sou seu

De corpo e alma pesada

Seus passos seguem os meus pensamentos

Não quero você como inimiga

Quero você como amiga

Apenas

Ó minha querida solidão

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 09/07/2009
Código do texto: T1691343