BAGAÇO
BAGAÇO
É O EXCREMENTO SEM O SUMO
O que sobra da matéria, da coisa, e da alma.
A vida passou, a lixeira encheu e o tempo não sobrou.
A alma sobrou, o tempo não passou, passei.
Nada não existe, o meu nada é bagaço.
Usado, usei, usando.
A culpa não é nossa, é vossa, foi de vós a dança.
Fruto amadurado.
Quando quis cair, amarelado minhas folhas caíram junto.
Só. É assim meu sol, só e meu céu sem estrelas.
Cataclismo global em minh’alma.
Só.
Eu
O Bagaço no lixo já jogado.