sede

Tenho sede

Sede de vida

De água

De arte

Sede infinita

Pois a vida em mim

Morre todos os dias

Renasce a trégua

Numa guerra contínua

A rua bordejada de calçadas

Perto de onde corre

o tráfego

Intenso de sons, corpos e carros

Odores, silêncios e flashes

Instantâneos, solúveis e voláteis

A esparrar-se pelos lados, pelas arestas

pela dúvidas.

pelas crueldades incestuosas.

Tenho sede

De pecado

De almas pulsando vivas

Dentro do contexto cego e obtuso

Tenho sede

De reticências líricas

De poemas inacabados

Do verso em anverso

Rimando pelo avesso

Tenho sede

Infinita

De horizontes sem sóis

De chuvas entardecentes

A cimentar o cume das montanhas,

O fundo do abismo,

E o topo da ilusão

A pairar solitária ao lado

Da única nuvem que vejo.

Tenho sede

Sede de vida

De água

De arte

Sede infinita

Pois a vida em mim

Morre todos os dias

Renasce a trégua

Numa guerra contínua

A rua bordejada de calçadas

Perto de onde corre

o tráfego

Intenso de sons, corpos e carros.

Odores, silêncios e flashes

Instantâneos, solúveis e voláteis

A esparrar-se pelos lados,

pelas arestas

pela dúvidas.

pelas crueldades incestuosas.

Tenho sede

de pecado

de almas pulsando vivas

dentro do contexto cego e obtuso

Tenho sede

de reticências líricas

de poemas inacabados

do verso em anverso

Rimando pelo avesso

Tenho sede

infinita

De horizontes sem sóis

De chuvas entardecentes

A cimentar o cume das montanhas,

O fundo do abismo,

E o topo da ilusão

A pairar solitária bem ao lado

da única nuvem que vejo.

Quando acabar minha sede,

acabou-se a vida.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 02/07/2009
Reeditado em 22/02/2010
Código do texto: T1679507
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