sede
Tenho sede
Sede de vida
De água
De arte
Sede infinita
Pois a vida em mim
Morre todos os dias
Renasce a trégua
Numa guerra contínua
A rua bordejada de calçadas
Perto de onde corre
o tráfego
Intenso de sons, corpos e carros
Odores, silêncios e flashes
Instantâneos, solúveis e voláteis
A esparrar-se pelos lados, pelas arestas
pela dúvidas.
pelas crueldades incestuosas.
Tenho sede
De pecado
De almas pulsando vivas
Dentro do contexto cego e obtuso
Tenho sede
De reticências líricas
De poemas inacabados
Do verso em anverso
Rimando pelo avesso
Tenho sede
Infinita
De horizontes sem sóis
De chuvas entardecentes
A cimentar o cume das montanhas,
O fundo do abismo,
E o topo da ilusão
A pairar solitária ao lado
Da única nuvem que vejo.
Tenho sede
Sede de vida
De água
De arte
Sede infinita
Pois a vida em mim
Morre todos os dias
Renasce a trégua
Numa guerra contínua
A rua bordejada de calçadas
Perto de onde corre
o tráfego
Intenso de sons, corpos e carros.
Odores, silêncios e flashes
Instantâneos, solúveis e voláteis
A esparrar-se pelos lados,
pelas arestas
pela dúvidas.
pelas crueldades incestuosas.
Tenho sede
de pecado
de almas pulsando vivas
dentro do contexto cego e obtuso
Tenho sede
de reticências líricas
de poemas inacabados
do verso em anverso
Rimando pelo avesso
Tenho sede
infinita
De horizontes sem sóis
De chuvas entardecentes
A cimentar o cume das montanhas,
O fundo do abismo,
E o topo da ilusão
A pairar solitária bem ao lado
da única nuvem que vejo.
Quando acabar minha sede,
acabou-se a vida.