*Casa Solitária*

De tantos vazios que trazes em ti
No sono acordado da solidão sem fim
De tudo que viveu alguém ali, aqui...
Mesmo agora
Quando a poeira se acumula
Quando as paredes se esgarçam
Os tijolos do muro cobrem-se de hera...
As ternas lembranças de alguém
Em espectros saudosos te roçam
Aliviam por um instante, a dor da espera.
Ainda que não te percebam
O trincar do assoalho carcomido
Denuncia os gemidos do teu espírito.
És casa solitária, sem coração
Ou coração solitário, sem casa?
Ninguém repara...
Vida sozinha... alma acostumada.

Karinna*
*
Karinna
Enviado por Karinna em 02/07/2009
Código do texto: T1679403