*Casa Solitária*
De tantos vazios que trazes em ti
No sono acordado da solidão sem fim
De tudo que viveu alguém ali, aqui...
Mesmo agora
Quando a poeira se acumula
Quando as paredes se esgarçam
Os tijolos do muro cobrem-se de hera...
As ternas lembranças de alguém
Em espectros saudosos te roçam
Aliviam por um instante, a dor da espera.
Ainda que não te percebam
O trincar do assoalho carcomido
Denuncia os gemidos do teu espírito.
És casa solitária, sem coração
Ou coração solitário, sem casa?
Ninguém repara...
Vida sozinha... alma acostumada.
Karinna*
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