SOLIDÃO
Uiva de longe um cachorro vadio
No peito me uiva um vadio coração
A madrugada que espreita o sono dos justos
Vê rasgar-se das núvens a branca organza
E êste luar que evoca saudades
De coisas vividas ,de grandes amores
Vaguea na aragem arrastando nas ruas
Folhas de outono,restos de abril...
Estranho é o silêncio,imenso o vazio
Calaram-se os grilos,vozes e apitos
E mudas estrelas,sufocam meu grito.
Sulcam a madrugada dois uivos sofridos
Vadio cachorro,vazio coração
Sêres distantes e tão diferentes
Parceiros unidos pela solidão.
"Iratiense"