Eremita Urbano
Não temo a solidão...
Até gosto
Tenho medo é de silêncio
Estremeço em pensar
Tremo se ficar
Não gosto do dia
Dos barulhos diurnos
Do movimento
Prefiro a noite
Sons distantes
Deixo acesas minhas luzes
Temo
Tenho medo do escuro
Muitos calafrios
Sinto frios estranhos
Se sozinho busco companhia
Nem sempre encontro
Se acompanhado,
Muitas vezes travo
Facilmente enfado
E retribuo tédio
Sou confuso
Incompleto
Desconexo
Complexo
Um enigma a mim mesmo
Um paradigma próprio
Acho que me nasci impróprio
Um ser arredio
Olho pela vidraça
E o que vejo me apavora
Raramente vou lá fora
Transformei-me
Num eremita urbano
- Roberto Coradini {bp}