Das flores mortas
Cheguei tarde e os sapatos me apertavam
A garganta seca e o olhar caído.
Segurava em uma das mãos
Flores desidratadas.
Arranquei os sapatos e as meias de seda.
Arranquei também os brincos
E os coloquei na mesinha de cabeceira.
Depois me deitei e chorei
Abraçada as flores mortas.
A luz apagada me deixava ver
Um fino raio de luz
Que passava pela vidraça.
Uma espera sem fim
De um sonho acordado
Frias lembranças apagadas
Num final de noite.
Pelas calçadas caminhei
Nos bares parei e no cálice da solidão
Bebida quente, tomei.
Um cálice, eu e a saudade de ti.
Maldita lembrança que dorme comigo.
Lili Ribeiro