O ESPELHO

O ESPELHO

Deito-me no divã

e choro,

o pranto é justo

sem meio e fim imploro.

Contemplo o espelho

de aros grosso.

e sua cor é o vermelho

se tal ainda é moço.

No morrer tenho o por do sol

como digital dos deuses,

o de hoje não será madrigal

como os dias serão meses.

Hoje estive no inferno,

La tinha carneiros

tinha mulheres

tinha cordeiros,

La tinha um rio

cheio de meninos

em fez de calor

La fazia frio.