Nem Todo Silêncio

Nenhuma atitude,

Nada do que eu diga

Nada do que eu faça

Nenhum poema sobre o amor

Ou sobre silêncios estranhos

Nada te emociona

Nada te tira deste torpor

Nada te faz sair desta maldita

Parede de silêncio...

Fui tão importante

Chegaste a dizer que era uma benção

Pensei ter em tua vida

O mesmo valor que tens na minha

Puro engano

É claro que não tenho valor algum

Sou insignificante

Nenhuma diferença eu faço

Nada do que faça

Nada do que diga

Absolutamente nada importa

Não faço nenhum sentido para ti

Tuas idas e vindas

Minha importância

Quando nada mais faz sentido

Tudo é apagado

Tudo é destroçado

Todo carinho e todo amor

Tudo é ínfimo e insignificante

Nada tem o valor que é dito

Toda importância que tens

Todo amor e todo carinho

Que sinto por ti

Começam a perder também

O valor que tinham

Antes do maldito castigo do silêncio

Pois que resposta pode haver

Nesta maldita barreira sem palavras

Sem atitudes, sem carinhos

A não ser:

“Tu não és importante,

Não sou mulher para ti,

Teu amor é insuportável e profano

Teu carinho é ínfimo

Tua dor insignificante”

Já falei que minha dor

É dor minha e só minha

Sou eu quem se ressente de tua falta

Apenas eu, apenas o ínfimo ser

Que não escolheu te amar

Que não escolheu sentir essa dor...

Mas finges que te incomoda

A minha dor

Finges que o silêncio

Com que me castigas

É a melhor resposta

É o que traduz a minha dor

Pois te digo,

Nem todo maldito silêncio

Pode ser resposta suficiente

Todo maldito silêncio

Só corrói ainda mais meu peito

Nada pode ser respondido

Nesse maldito castigo

Nem todo maldito silêncio

Que possas me dar

Nem todo maldito silêncio do mundo

Pode traduzir toda dor

Que trago hoje em meu peito!!

Ayrton Mortimer
Enviado por Ayrton Mortimer em 09/06/2009
Código do texto: T1639886
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