NOTURNO
Desperto do sono,
que cala segredos,
que desfaz meu medos,
que a dor leva embora.
Desperto e não gosto,
pois voltam temores,
antigos terrores,
que na noite afloram.
Desperto dos sonhos,
tão doces, risonhos,
acordo na dor.
Quisera que o sono,
hábil companheiro,
amigo faceiro,
ficasse comigo.
Mas desperta,
me encontro,
e choro baixinho,
um pranto sozinho,
sem pressa, e sem fim.
Manhã venha agora,
clareie meu pranto,
e a luz de acalanto,
traz logo pra mim!