Não quero mais te Amar.

Hoje só falarei das flechas em mim fincadas

Pobre Cupido seu posto foi tirado

Não soube unir o amor designado

Somente as flechas foram disparadas.

Andei sentindo dor do que não mais existe

Rolam na face lágrimas de saudades

Tudo findou mais esse amor persiste

Acalentar sonhos de insanidades.

É que por todo o caminho eu te busquei

Entre soluços retidos em um riso falso

Até o meu novo semblante eu moldei

Estou precisando remontar meu traço.

Era você meu Céu, meu sol, meu Mar!

Diante esse fim eu não mais tentarei

Por mais que o choro venha a me abalar

Não quero voltas e nem mais te amar.

Meu sorriso desbotado de Monaliza é por você

A mente alvejada de tristeza sou eu

Mais é minha a força e a tentativa de sobreviver

Em um mundo novo buscarei meu “Eu”.

Sou palafita a meio à uma torrente

Tentando me conter do desencanto eu vivo

Mais sou valente seguirei em frente

Hei de esquecer-te amado intempestivo.

Bem lá ao fundo do oceano guardarei as dores

Tal qual ondas gigantes quebrando acalmarão.

Deixando esse poema para os trovadores

Quem sabe se algum dia, a dor vire “Canção!”

Goretti Albuquerque.