EU CANTO
Clara da Costa
O verso pára,
perdido em folhas brancas,
vazias e amareladas,
num canto do coração.
Tiro-os para a vida,
remexo nas feridas,
sufoco os ais,
olho para o alto.
Eu canto,
no silêncio de palavras,
um canto de amor à vida,
que ainda palpita.
Eu canto,
no silêncio das noites,
para um coração que não cansa,
que luta e, não desiste de ser feliz.