I N S Ô N I A

destoa a luz nas escuras

na torre de um mar

de janelas obscuras

lampejo persistente

alerta preocupante

meio da noite, de repente.

chama a atenção no breu

faísca em detalhe no todo

de um edifício dormente

sonos indormidos

andar impaciente

passos consumidos

indolente ente

na solidão

ânimo doente

ou de si ausente

na saudade de alguém

na distância presente

clarão atesta

a dor acesa

e se ressente

gesticula, vaga

pelos cômodos,

silhueta frágua

nos gestos mudos

transpira sua dor

seus gritos surdos

vagando insana

imagem fantasma

mente doidivana

insônia sofrida

sentida, amuada,

na espera de algo

talvez de nada

ou refem

pelo fim da madrugada...