Dois mundos

A terra amorenada de luzes sutis,

Recebe generosa, os fios prateados,

Da chuva que cai...

Ao longe, um vulto solitário, caminha

A passos largos, envolvendo-se no velho casaco,

Evitando as poças d’água,

Que se formam ao longo da rua.

De dentro do carro espreitando,

Um homem agasalhado,

Inveja a aparente liberdade,

Do outro, que se afasta driblando

Carros e parecendo surdo,

Aos sons das buzinas,

De um trânsito infame.

Jacydenatal

22/05/09