SOLIDÃO

SÃO AUSÊNCIAS, SEPULTURAS

SÃO DEMÊNCIAS, LOUCURAS

SÃO DESVÃOS, ABERTURAS

DESVARIOS, RUPTURAS.

TODA MENTE É DEMENTE.

TODO AMOR É DORMENTE.

TODA VERDADE MENTE.

TODO GRÃO JÁ FOI SEMENTE.

TODO MAL PODE SER DECENTE.

UMA MÃO QUE SE APARTA, QUER SER ILHA, ISOLAMENTO.

CADA LÁGRIMA APARADA, VIRA CHÃO, ENVOLVIMENTO.

OS OLHOS QUE SE FECHAM, AS BOCAS QUE SE CALAM

ABREM BRECHAS DE ILUSÃO

CRIAM FANTASMAS, LACUNAS.

A PENA É DE DAR PENA.

TODA PROSA É LAMENTO

E CADA VERSO É COMPOSTO DE ALMA VAZIA E SEDENTA.

SE O AMOR É ILUSÃO, ACASO SERÁ A ILUSÃO O IDEAL?

ENTÃO POR QUE NÃO SER ILUDIDO, MIRAGEM DO CORAÇÃO?

NO FINAL, NA NOITE PESADA E CALADA, TUDO SE IGUALA.

TODO TORMENTO SE ABAFA NUM CORPO QUENTE E INÉDITO OU NUM TRAGO AMARGO DE CACHAÇA.

Isabel Damasceno
Enviado por Isabel Damasceno em 18/05/2009
Reeditado em 08/06/2011
Código do texto: T1601014
Classificação de conteúdo: seguro
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