ILHA SOLITÁRIA
Vencida pelas marés
Ondas que arrastam
Emaranhados aguapés
Desejada do discernimento
Mesmo em tristes lamentos
Levada por vendavais sórdidos
Eu, ilha abandonada,
Esquecida e naufragada
Entre oceanos de lágrimas,
Aguardo sua jangada
Trazendo em seu bojo
Tão sonhado jangadeiro
A dar sentido sonhos e vida
Razão e emoção do meu amor
Que se vê brilhante nos olhos
Limpos, sinceros de fulgor
A superar todo tipo de dor
A se banhar nessas águas tão puras
Dos sentimentos delicados e profundos
Portadora de alma mais bela do mundo
No aconchego da pele suave e macia
Perfumada pelas flores ela toda irradia
Brilhante nos olhos e olhares
Intensos de quem procura,
A sua própria e natural cura
Após apurada a semeadura
Sem tempo certo de colheita
Para receber o valioso amor,
Que tanto sonha com ardor
Para o dia em que será único
Cessando a tristeza e a solidão
Dando vazão à sua paixão!
Dueto: Roberta Teperino & Hildebrando Menezes