Você em mim

Nesses frascos tão diminutos

Encarnam-se as pequenas fragrâncias

Enrijecido por palavras nuas e apertadas...

Exala-se dela o sabor eterno do desejo,

Com suas sublimes e sombrias artimanhas.

No ocaso segreda aos deuses os lamentos

E na consternação da solidão ao acaso,

Vão-se as gotas em palavras de acalento

Sobressaindo, arrasando o peito magoado...

O espírito exaurindo em lamúrias

Incorpora-se nos pequenos frascos.

E esse suor impregnando pelos poros...

Nessa disritmia de volição incontida... Inerte!

Persistem as gotas dos secretos frascos

Lineados na aspiração de tê-la... De tê-la...

Marcos Antony
Enviado por Marcos Antony em 15/05/2009
Reeditado em 15/05/2009
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