Medo da escuridao
Sentado de nada penso, de nada faço,
Nada quero, a sombra pousa nas asas
Do meu delírio, fecho e abro os olhos, a noite
É uma formiga cansada andando, escureço
Acordado, anoiteço de olhos acessos.
E o tempo dorme junto ao meu corpo
Dorme profundamente e esquece de
Passar, o tempo ronca e os meus olhos
Não consegue se fecharem o teto é a
Única visagem das retinas incansáveis.
O mundo fica pequeno, barulho algum
Escuto só o roncar da coruja lá fora,
A cidade dorme rente ao mundo inteiro,
Rente ao mundo dentro de mim gigantesco,
Dentro das normas que regem a vida, dormi
Para descansar eu porem acordo
Para não pesadelos sustentar em meus
Pilares desnutridos.
Minha cama larga, deserta, fria a noite
É tudo isso e mais sombria, a noite calma
É uma filosofia nunca corre como um
Trem, nunca voa como um avião e o
Meu sono nunca vai com a noite.
De braços abertos me sinto ser um pássaro
De olhos fechados, sinto está morto
Em meio tanta escuridão, não vejo Luiz, vejo
As trevas, amanheço acordado, vejo
O que quase ninguém consegue ver na aurora
De todas as manhas, o sol nascer entre
As montanhas e em cada janela entrar
Para deixar a Luiz que cada ser precisa
Assim como as plantas para sobreviver.
Somos regidos pela lei da natureza
e se ela causa medo como a escuridão
que me amedronta então não temos
a quem recorrer, não dormirei até
que o sol surja e esmague a escuridão
como a escuridão esmagou meu sono.