Vazio
Não me tenhas com rancor.
Por mais que ignore o amarfanhado,
Nada mais é do que amor.
Amor bandido e tão desejado,
Que a tudo pede clamor.
Palavras jogadas ao vento;
Vazias, ecoando no relento...
Procurando um sólido reflexo.
Martirizando, sangrando, sem nexo.
Aguardando um sagrado momento.
Corações e corpos sensíveis a tudo
Olhos perplexos, quase mudos.
Ouvidos totalmente calados
Nossos tatos com grunhidos
Bocas cegas, de obcecados.
Lança a peneira para chuviscar
Tais palavras não verbais,
Brutas, desregradas e desiguais,
As redondas e significantes hão de brilhar.
Mas se mesmo depois de lapidadas,
Seu coração teimar em não aceitar,
Continue com a solidão, amiga do soluçar.