Corcéis da Meia Noite...
Meia noite hora triste, nem de um lado nem de outra hora existe...
E corcéis negros despertam, galopando segredos buscam se esconder.
Dos olhos da noite que toca e queima com tochas de fogos passados,
E fugindo ariscos riscam a terra, feito flechas de raios selvagens,
Vertendo água salgada por de traz da vidraça dos olhos...
Pelos raios de luz que cegos não vêem, mas que sentem cair a queimar folhas mortas,
No lençol de verdes sonhos rastejam e choram mudos, calados com o corpo gritando,
Pela saudade desenfreada que brinca rastejante nas margens de um rio errante...
Corcéis negros se aquietam quando a lua toca com jeito,
As correntezas dos medos que em terra firme se ajeita...
E assim se deitam em baixo da luz prateada que invade,
Cada canto sombrio da estrada de pedra da saudade desperta...
Corcéis negros retornam pescando sombras, cabisbaixo
Calados com seus sonhos gritando pela voz que não se escapa,
E vestidos de orvalhos assim adormecem quando o sol amanhece...