Contemplo a dança lenta das horas
No ventre do tempo
A noite já no fim agarra-se à neblina
Para retardar sua partida
E assim o dia amedrontado
Não vem
Enquanto isso, minhas mãos atentas
Escrevem o verso langoroso
Na languidez do silencio,
No mundo controverso e perverso
Escrevem versos
Mas meus versos também são perversos
Porque tem um que de magoa,
Por isso é distorcido
Por isso é tergiverso
(Ah..se não estivesse tão cansado
Ao invés de escrever versos
Dançaria um tango, ou quem sabe cantaria um fado)
Mas sendo assim eu gostaria que minhas mãos
Abrissem as pesadas portas
Que dão de mim para o mundo
Que abram, pois, minhas portas mãos indigentes,
Para aumentar
As dimensões do sol dentro de mim
Que tragam todas as luzes
E ponham um sol dentro do meu coração
Que preciso de calor, ora essa!
Que nunca achei em nenhum corpo
Pois sempre amei as mulheres
Que no fundo não amava
As que amei, só me visitaram nos sonhos
Na noite densa
E nenhuma ficou comigo
Nenhuma
Coloco flores, desde então,
Enfeito as ruas em que minha alma
Vai passar
Minha alma é branca e tem medo do sol
Minha alma é esquizofrênica e está cheia de lixo
Na minha alma há um carrossel de sonhos abandonado
Mas eu espero que vejam a minha alma
E tenham por ela algum apreço
Espero que as mulheres dos sonhos a vejam
E tenham por ela algum sentimento
Onde vais tu passarinho?
Aonde vais tão depressa?
Volte, você é o meu coração
Que ganhou asas e fugiu de mim
E da minha cruel solidão
Oh Deus como estou distante dos meus sonhos
Nesta noite branca!
As janelas de minha casa ainda estão fechadas
As janelas da minha alma também estão fechadas
Insisto, as janelas da minha alma estão fechadas
Eu queria abri-las por meus sentimentos
Só por eles que vivem numa cadeira de rodas
E precisam de cuidados,
Mas minhas mãos escrevem versos
E a criada não veio
A brisa não veio
O amor não veio
Ninguém veio
Assim prossigo no caminho torto da noite
Onde se escondem os fantasmas que pari.
No ventre do tempo
A noite já no fim agarra-se à neblina
Para retardar sua partida
E assim o dia amedrontado
Não vem
Enquanto isso, minhas mãos atentas
Escrevem o verso langoroso
Na languidez do silencio,
No mundo controverso e perverso
Escrevem versos
Mas meus versos também são perversos
Porque tem um que de magoa,
Por isso é distorcido
Por isso é tergiverso
(Ah..se não estivesse tão cansado
Ao invés de escrever versos
Dançaria um tango, ou quem sabe cantaria um fado)
Mas sendo assim eu gostaria que minhas mãos
Abrissem as pesadas portas
Que dão de mim para o mundo
Que abram, pois, minhas portas mãos indigentes,
Para aumentar
As dimensões do sol dentro de mim
Que tragam todas as luzes
E ponham um sol dentro do meu coração
Que preciso de calor, ora essa!
Que nunca achei em nenhum corpo
Pois sempre amei as mulheres
Que no fundo não amava
As que amei, só me visitaram nos sonhos
Na noite densa
E nenhuma ficou comigo
Nenhuma
Coloco flores, desde então,
Enfeito as ruas em que minha alma
Vai passar
Minha alma é branca e tem medo do sol
Minha alma é esquizofrênica e está cheia de lixo
Na minha alma há um carrossel de sonhos abandonado
Mas eu espero que vejam a minha alma
E tenham por ela algum apreço
Espero que as mulheres dos sonhos a vejam
E tenham por ela algum sentimento
Onde vais tu passarinho?
Aonde vais tão depressa?
Volte, você é o meu coração
Que ganhou asas e fugiu de mim
E da minha cruel solidão
Oh Deus como estou distante dos meus sonhos
Nesta noite branca!
As janelas de minha casa ainda estão fechadas
As janelas da minha alma também estão fechadas
Insisto, as janelas da minha alma estão fechadas
Eu queria abri-las por meus sentimentos
Só por eles que vivem numa cadeira de rodas
E precisam de cuidados,
Mas minhas mãos escrevem versos
E a criada não veio
A brisa não veio
O amor não veio
Ninguém veio
Assim prossigo no caminho torto da noite
Onde se escondem os fantasmas que pari.