GLÓRIA AO REPOUSO

Descansa o poeta...

entre azuis celestes,

frutos silvestres e cascatas limpidamente brancas.

Descansa o poeta...

entre flores, cânticos de rouxinóis.

Perdido no prado verdejante.

Perdidamente só,

descansa o poeta...

da vida ingrata,

das nefandas almas vazias.

Descansa o poeta...

ao batel sereno da existência,

em meio a vagas solitárias.

Descansa o poeta...

sua alma incerta,

de vários amores já desfeitos na bagagem do passado.

As pautas vazias,

que fiquem irremediavelmente vazias.

Fecha-se a última página

de um libelo de frustrações.

A mão fica pendida, já sem pena.

Ah! doloroso, infinitamente doloroso,

a última visão deixada.

Cala-se a poesia,

a trilha poética fica vazia.

Surgira novo horizonte, nova meta.

A poesia transcrita vagueara

até o recesso, onde placidamente

descansa o poeta.