Devaneio Solitário

Não sei mais o que é o certo,

tantos tropeços pelo caminho,

esperando um manual que me guie,

clamando por uma bússola com um rumo,

não sei mais que rota seguir,

todas as paisagens parecem iguais,

todas as cores se tornaram uma,

até o canto dos pássaros silenciou,

nada mais parece ter sabor ou valor...

Não sei mais como viver,

tantos arrependimentos sem volta,

esperando disparar um sinalizador,

para ser encontrado em pleno mar,

remando solitário em ondas turvas,

quando nada é mais real do que a ficção,

enquanto os ponteiros do relógio se paralisam,

mas o tempo continua andando para trás,

nada mais parece ter um perfume ou uma sensação...

Não sei mais como escrever,

o mundo anda tão internetês,

minhas palavras soam tão melancólicas,

trazem a insanidade de uma alma conturbada,

sem rimas ou preocupações estéticas,

esperando o esquecimento de mim mesmo,

olhando para uma página em branco,

culpando a esferográfica sem imaginação,

buscando uma mudança desse estado de espírito,

tentando ter fé em meio ao meu ceticismo,

nada mais parece ter significado ou calor...