O opróbrio
Subo e no alto azul do céu, gracejo
E carinhosamente canto uma canção singela.
Que desperta mulher, a flor mais bela,
em meu corpo um ardente desejo.
Absorvo cálido esse meu sofrimento,
Cubro o indiscreto e o obsceno,
Sabendo que o opróbrio mais horrendo,
Sssim mesmo oferece o momento.
Oh Deus que calor que há em mim...
E nele, todo o amor que quero falar,
Ninguém nunca conseguiu guardar,
Um amor tão grande assim.
Mas, se for meu destino viver só,
Enlouqueço-me ao desejar em vão,
Peço a Deus que sesse o coração
e sem piedade devolva ao pó.
Quem sabe assim, junto aos vermes a me corroer,
por companhia eu sinta e então,
Terei enfim, em minhas mãos,
a chave da vida pra desse amor não morrer.