VIDA... QUARTO VAZIO

Eis a penumbra de meu quarto.

Quarto vazio, quatro paredes.

Paredes companheiras.

Companheiras de solidão.

Solidão quase escura,

a vindita de ser só.

Ser só na existência.

Existência feita de tudo.

Tudo que visivelmente, para mim é nada.

Nada, por não ser eu mesmo,

por estar imiscuído num tremedal.

Ah, donzela, em halo pedestal,

desvende a vida, rebusque no negrume da noite

minha sombra perdida.

Faça de mim, alguém.

E eu farei da vida, de você,

meus motivos de não ser ninguém,

o mito da minha cruel existência.