**** O criado mudo ****
As paredes rotas calaram-se aquém
As janelas quietas em seus cantos
As portas fechadas em seu mundo
E a mobília maltrapilha e sem cor
Resvalam-se todas, a me ver passar.
O Relógio? Ah! O velho relógio!
Esse! Nunca mais tique taqueou.
Poeiras de um sentimento inacabado
Ainda estão sobre porta-retratos
Sobre os livros da estante, em meu quarto.
O cheiro do meu mofo é constante.
E nesse cenário triste e desolador
Pela primeira vez, o criado mudo falou:
Hei! Existe vida lá fora! E piscou.
Estás esperando o que? Vai lá!
Laboratório de Criações Coletivas
Poesia On line
mote: A casa solitária
21/abr/2009