Extinta a vida... Tinto o poema

Havia um cortejo com flores,
barulhos quase estranhos.
A poesia, já desfeita,
partia descontente.
Uma estrela candente
passou, quase desapercebidamente.
Alguém, de cabelos ao vento,
meditava no ocaso.
Algo estranho se passava.
Passava o cortejo.
O poeta silencia.
O poema inicia
a trajetória,
talvez ilusória,
de uma só existência
de vida, de lutas, fugas, amores.
Uma pequena partícula foi extinta.
Fica o poema, gravado à tinta,
onde havia um cortejo de flores.