SOPRO DA ALMA

Vivo me perdendo de mim...

De forma sem nexo,

E, não é só no léxico...

Deve existir um caminho,

Para que, com coragem, desbravasse,

E lá enfim, talvez me encontrasse...

Enquanto vivo a sorrir, a chorar,

A cantar e a sonhar,

Sem acordar ou dormir;

A vida passa por mim...

Implora pra lhe colorir,

Mesmo que numa tela avessa,

Como se fosse uma remessa, apenas...

E eu sem perceber... Que tristeza!

Ah! Se ela me desse

Uma tela macia e branca,

Onde eu jogasse todas as cores,

Da eterna criança que há em mim...!

De pincel usaria os meus cabelos.

Para secar,

Nem o Tempo e nem o Vento,

Somente um sopro,

Vindo da minha alma pura e casta...

E estaria pronta para ser exposta,

Numa casa sem teto,

Sem parede e sem porta,

Eliminando toda a Natureza morta,

Que há neste momento a minha volta.

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