IMENSO VAZIO
De onde vem
Esse imenso vazio
Que me faz sentir
Assim... Tanto frio
Em que tudo está
Apenas por um fio...
Que não me aquece
Nem acendendo pavio
E nada mais desafio
(nem causa arrepio)
Vou navegar pelo rio
A bordo de um navio
Onde está o teu contorno
Não bebo e nem entorno
Que sempre foi meu adorno
Nas madrugadas de abandono
Dias e noites sem retorno...
Idos, sofridos, perdidos e turvos
Que emolduravam a todos disfarces
Desfazendo quaisquer dos enlaces
E as máscaras da face...
Travestindo toda beleza
Onde está tua leveza (sutileza)
O que foi feito da pureza?
Que suaviza... E eterniza
Realizava com proeza...
Toda a tua nobreza
Magias, alegrias...
Que a todos contagia
Onde está a paz...
Que agora jaz...
Na frente ou atrás?!
Pela mão cruel do algoz
Você que sabe e tanto faz
Mostre-me se foz capaz
Meu menino, meu rapaz
Quando ficávamos a sós
Eu e você: Só nós...
Onde está agora você?
O que era bem doce...
Morreu assim tão moço
No fundo profundo do poço
Tornou-se agridoce
Não sei mais do seu calor...
Foi ao vento com lamento
Solto como fumaça de vapor
Você foi embora
E deixou esse vazio
Tudo escureceu no breu
O que era azul anil
Deixou esse lugar senil...
E meu coração partiu
Sem direção. Sem canção
Sem melodia. Sem inspiração...
Onde perdi meu tezão?!
(Ah! Desilusão!)
Por favor, devolva-me a emoção...
Dueto: Carmen Cecília & Hildebrando Menezes