Poder das águas
Agora a chuva cai sobre o telhado
E as gotas estalam
Fazendo eco com o vento
O frio anuncia que irá
Chegar breve
Há um silêncio concreto de qualquer voz
Humana
Só a chuva pronuncia seu canto
Os bichos e o silêncio
São um
Estou sob o teto onde a chuva
Passeia
A água apressa-se em molhar
As folhas as telhas a terra
Eu talvez seja um desterrado
Sob o telhado
Onde a chuva
Escorrega
A noite é absoluta e talvez
Se molhe na chuva
Eu não
Somente ouço os pingos
Se espalhando
E faço reverência
Ao poder das águas