AMOR E SOLIDÃO

O regato que aqui corre transparente,
agora representa uma enchente
com essa tristeza no final do dia.

O sol vai sumindo, seu último raio,
vai fugindo, dessa noite do mes de maio,
que deixa a natureza tão fria.

Límpida água, que do leito transborda
não faz, com que minha mente acorda
por que ainda ecoa os soluços seus.

Onde era o jardim, agora e só um monte,
não vejo mais as flores no horizonte
tudo se apagou, depois que disse adeus.

Cai a noite, a fonte não mais murmura,
daqui a pouco estará ainda mais escura,
esse sitío vai mergulhar na escuridão.

Como o choro triste de uma criança
minha alma no espaço, louca se lança,
tentando fugir da negra solidão.

Com a claridade do sol que vai sumindo,
notas tristes do meu violão vai saindo,
como uma fumaça, vai dissipando no ar.

Sinto como se a vida tivesse dopada,
vou preparando para esperar a madrugada,
quando por seu nome estarei a chamar.
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 16/04/2009
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