Sem rumo
Não tenho pátria, não tenho dono,
Não tenho casa, detenho sonhos.
Sou o que sou, e o que sou fere sem sentir,
Ama sem amar, fere sem intenção de ferir...
Perdida em vã filosofia,
Transformo toda a minha vida
Em pura poesia
Que possa retratar
Um pouco da mulher
Que ousada, busca o que quer,
Sem medo de se entregar
Busca o prazer, aflorado pelo desejo
Da boca, busco o beijo
Que possa me completar
Numa ânsia de despertar
De vez, como um lampejo
Quem ousar desafiar
A desvairada solidão
Que busca me atormentar
Nos dias que virão
Não tenhas medo,
Dê-me sua mão
Se não como par,
Ao menos como um irmão...