Poeta da Meia Noite

Que doce voz soa na escuridão

Tão profunda afunda em trovas e versos

A boca não os fala porque se oculpa com o vinho

Então as mãos cansadas criam poemas desconexos

Porque tão tarde?

O padre já guardou a batina

As donzelas já sonham com seus principes

E até as prostitutas já sairam das esquinas

A vovó já guardou o crochê

O menino já se cansou de perguntar porque

Até a agua corrente já descança na fonte

Só tu fazes poesias depois da meia noite

Assim foram feitos mais de cem poemas

E serão feitos mais de mil

Por uma unica razão

Pensar que nunca ia esquecê-la

E olha, o mundo viu

Tenho um novo coração

A alma se inclina a mercê do amor

Tão profunda afunda em soluços e lágrimas

A noite esculta um grito de dor

Na face alva de tantas paginas

Porque madrugas?

A guerra já cessou a favor do repouso

Chaplin já guardou seu guarda-chuva

Elvis não morreu ,o cientista não é louco

Só tu choras enquanto a vida passa

Tomas o vinho tinto numa taça

Finges que passou a dor

Mas se não passou,há um novo amor

Assim foram feitos mais de cem amores

E serão feitos mais de mil

Por uma unica razão

Tudo morre, até as mais belas flores

Morreu meu amor vil

Nasceu um novo amor no meu coração

Guilherme Sodré
Enviado por Guilherme Sodré em 15/04/2009
Código do texto: T1539803